A Melga

Viver no limbo da mentira, na folha afiada da verdade, no vai que não fica, no diz que não diz, parece ser apanágio de boa gente. É o que se chama de ruído silencioso ou que a rapaziada popular classifica como boataria ou insinuação. Maldosa, pois claro, pois por detrás tem objectivos...não explícitos publicamente. É como aquela do trajecto do metro que o responsável lá da urbe de Loures veio dizer que tinha sido consensualizado, palavra piropa, para não dizer combinado ou acordado, entre a gestão do Metro e o anterior executivo da Câmara de Loures.
A porra toda é que aqui a Melga gosta das coisas limpas, limpinhas como descambou um dia um tal de Jesus, e foi ler o relatório da passagem do mandato e chiça!, então não é que está lá a história do metro, do percurso, da rota, do traçado...bem o que está lá são quatro percursos, quatro rotas, quatro traçados, ou seja, quatro hipóteses, quatro possibilidades a serem trabalhadas em conjunto entre os responsáveis da autarquia e do Metro. O Metro, esse, trabalhou e bem, como quis e lhe apeteceu e agora estampa com o "seu" percurso. É o que acontece quando se anda a ver passar metros...e depois, atabalhoado, mais não resta do que vir cuspir a desculpa de que até já estava tudo consensualizado...

18 de Fevereiro de 2023


A Presidenta manda e tudo anda a toque de caixa. Quem não acatar as ordens é calado, aplica-se a lei da rolha, mete-se uma venda nos olhos e fita cola na boca, corta-se o micro, chama-se a segurança e só falta mandar para as galés ou para o fogo da inquisição que, vontade, pelo menos não falta. Pois é, assim andam as coisas pelos lados de Almada.
No outro dia, numa reunião qualquer lá da Câmara, uma senhora falou de uma «Almada colonial».
Parece que até já nem foi a primeira vez, pelo que não era motivo de espanto. Mas desta vez a Inês de Medeiros, devia estar chateada, talvez a pensar nos telefonemas que vai ter e nos gritos do povoléu que vai aturar quando este saber que a água vai ter aumentos da ordem dos 30 por cento. Daí a mandar calar, em nome do bom nome da terra, em nome de uma espúria pureza, pois não aceita que se fale de «Almada Colonial», coisa que aqui a Melga não sabe bem o que é mas que também ficou impedida de saber, foi um passo...pelos vistos para aquelas bandas esta passou a ser solução , o remédio santo, tal e qual o Santo Oficio, nada melhor do que riscar do cardápio a mensagem e o mensageiro, num admirável e truculento espírito colonialista, embrulhado na defesa da honra, como convêm sempre nestas coisas. Ah! É verdade, estes porcos ares de Almada encontraram alguns adeptos fervorosos numas folhecas a tresandar a mofo saudosista que navegam por aí...

7 de Dezembro de 2022


A Presidenta manda e tudo anda a toque de caixa. Quem não acatar as ordens é calado, aplica-se a lei da rolha, mete-se uma venda nos olhos e fita cola na boca, corta-se o micro, chama-se a segurança e só falta mandar para as galés ou para o fogo da inquisição que, vontade, pelo menos não falta. Pois é, assim andam as coisas pelos lados de Almada.
No outro dia, numa reunião qualquer lá da Câmara, uma senhora falou de uma «Almada colonial».
Parece que até já nem foi a primeira vez, pelo que não era motivo de espanto. Mas desta vez a Inês de Medeiros, devia estar chateada, talvez a pensar nos telefonemas que vai ter e nos gritos do povoléu que vai aturar quando este saber que a água vai ter aumentos da ordem dos 30 por cento. Daí a mandar calar, em nome do bom nome da terra, em nome de uma espúria pureza, pois não aceita que se fale de «Almada Colonial», coisa que aqui a Melga não sabe bem o que é mas que também ficou impedida de saber, foi um passo...pelos vistos para aquelas bandas esta passou a ser solução , o remédio santo, tal e qual o Santo Oficio, nada melhor do que riscar do cardápio a mensagem e o mensageiro, num admirável e truculento espírito colonialista, embrulhado na defesa da honra, como convêm sempre nestas coisas. Ah! É verdade, estes porcos ares de Almada encontraram alguns adeptos fervorosos numas folhecas a tresandar a mofo saudosista que navegam por aí....
7 de Dezembro de 2022


Chefe, veja se gosta do manual de boas maneiras de colocar um filho ou um sobrinho ou um enteado num qualquer serviço lá para as bandas de Loures... basta estar uns anos a gritar que as obras nunca mais acabam, é tudo uma cambada de aldrabões que só prejudicam o comércio... depois encontrar um buraco e às tantas da noite chamar a malta da obra mas como ninguém atende, claro, pois até estavam fechados, liga-se ao amigo da junta que aparece com um trabalhador e, extraordinário, com o que seria o candidato a câmara e vão duas pázadas de areia, buraco tapado, tudo filmado e colocado no face com emocionadas declarações de isto é sim, é resolver a vida da malta tudo acompanhado de piedosos anúncios de desinteresse pessoal e de loas ao bem do burgo, e espetadas ao tipo do jornal que tem uma comissão, e quando pedem para provar a acusação dita e repetida por uns tantos apaniguados, a língua fica entaramelada e já não é uma comissão, é sim uma convicção, seja lá o que isso for, tudo o inverso do altruísmo bacoco, de quem não anseia por qualquer pagamento, sim porque isso de uma tal avença de mil euros mês a tirar uma cópias foi uma mera coincidência... temporal...".

5 de Dezembro de 2022


Não sei se foram os gases inebriantes do Arinto, mas fiquei meio tonta ao dar de caras com um dimensional "outdoor" com a nova simbologia de Bucelas. As uvas estilizadas, ainda vá que não vá ou não fosse a terra afamada pelo seu saboroso branco. Agora, juntar uma águia, que mais parece um pássaro que voava desnorteado e se espatifou numa janela, ficando para ali pespegado de asas abertas, uma parra (para quê se já lá estão os bagos...) talvez, quem sabe, a remeter para os prazeres carnais de um Paraíso natural e umas armas, confusas de tal modo que pensei tratar-se de um corta papéis, tudo num jogo de cores desconexo, já parece ser de mais. Isto de querer enfiar mais de 500 anos de história, de património, de natureza, de tradição, de gentes e de artes, a vizinha de cima e o amigo lá de baixo num pequeno e directo (que assim devia ser...) símbolo, tem muito que se lhe diga. Dá trabalho mas também não é necessário complicar. Bastava a rapaziada lá da Junta ver com atenção o Master Chef e talvez não tivesse caído na esparrela de embrulhar o que deve ser simples. Como dizem os cozinheiros do programa, "o muito, é pouco" ou então "mais é menos"! Se não é isto é mais ou menos o mesmo....
23 de Novembro de 2022


Aquilo para os lados de Vila Franca de Xira esteve ao rubro. Foram raios e coriscos ou melhor foram palavrões, gritos e acusações, ao que parece uns pontapés e se alguém não os detivesse a tempos e horas ainda haveria uns bofetões de eterna amizade....Sim porque nesta coisas, quando ferve, o Rui Rei, o eterno, resiliente e estafante líder laranja nas terras campinas não dá a troco sem nó. Vai dai, engalfinhou-se com um esdrúxulo representante do Chega, os tons de voz subiram e nos corredores acabaram por andar pegados. Ao que parece as máquinas de vigilância não funcionaram e agora não se sabe quem provocou quem. Mas talvez não seja isso o mais importante pois nesta dança da cadeira, que cada um tenta ocupar, cenas destas vão-se repetir. Nem que seja para de seguida darem um abraço, um rechonchudo beijo e concluírem que a cadeira está óptima para os dois. É uma simples questão de ajeitarem as bundas....É por isso que para os lados de Vila Franca de Xira os galhardetes entre os dois compinchas já são comparados às zangas de namorados. Passam ao primeiro e mútuo salamaleque.

7 de Novembro de 2022


"Bem vinda, resolveste dar sinal de vida...", desbobinava o chefe naquele seu dizer sarcástico mas cortei logo o arrazoado , «Desculpe lá chefinho, tenho direito a férias e estive uns tempos de barriga para o ar a ganhar inspiração», ao que, mais calmo, desabafou, "Pronto Melga, não fiques de antenas eriçadas...sabes que as portas estão sempre abertas!", mas para que não ficasse mal habituado atirei logo, «Chefe, vou ficar por pouco tempo, vou a caminho dos Açores!» e, de olhos esbugalhados, perguntou, "Que raio vais fazer aos Açores" ao que, satisfeita com o efeito surpresa, lá o esclareci,
«Ó querido Chefe, a rapaziada de Loures lá conseguiu, depois de muitos meses, arranjar leite para os putos das escolas só que eu, com visão de futuro e o meu espirito construtivo resolvi engendrar uma solução que resolve o problema em definitivo», nessa altura o Chefe, com ar de interessado, pergunta, "Resolvias como?", ao que enchi o peito e expliquei o básico,
«Vou buscar umas vacas aos Açores, pespego-as no Infantado a pastar deixando o terreno pronto para o futuro campo de futebol e faço chegar o leite directamente do produtor ao consumidor. Há melhor ajuste do que este, Chefe?», ao que, remexendo o cabelo de nervoso, ruminou, "Pronto, chegaste para nos atazanar o juízo!"...
1 de Novembro de 2022

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